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Caderno da Criatividade

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Um blog da equipa do SAPO Blogs dedicado à criatividade virtual e não só. O que nos inspira? Como podemos ser mais criativos e partilhar essa criatividade? São algumas das perguntas que motivam este blog.
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Escrita com cor

A criatividade de Olga Cardoso Pinto

Dezembro 15, 2020

Pedro

O nosso Caderno esteve parado, mas a Criatividade continuou por aí, à solta. A Olga Cardoso Pinto, autora do blog A Cor da Escrita, é um exemplo de alguém que aplica criatividade a tudo o faz  e não é pouco: escreve, desenha e fotografa. Colocámos-lhe algumas perguntas por escrito, para saber o que a criatividade faz por si e a inspira.

 

Pedro Neves: Para quem não conheça a Olga, o que nos pode contar sobre si?

Olga: Não me vou alongar muito logo nesta primeira pergunta, penso que podem conhecer-me melhor lendo o meu blog, ele é um pouco daquilo que sou. No entanto posso acrescentar: sou muito apegada à família e tenho uma maravilhosa que me apoia incondicionalmente, é o meu porto de abrigo. Sou mãe de dois homens maravilhosos, o meu querido marido e companheiro é o meu melhor amigo e recentemente fui avó de uma querida menina encantadora, e tenho uma gatinha com quinze anos que é muito especial.
Nasci em Angola e fui criada num lar cheio de tagarelice e risos femininos que de masculino só havia o pai e o papagaio. Amparada por pais extremosos que me estimulavam, assim como as irmãs e avós, cedo ouvi o elogio e incentivo como forças motivadoras para querer fazer mais e melhor. Com a avó materna ganhei o gosto das estórias e lendas que nunca esquecerei.

O blog A Cor da Escrita junta a sua prosa, poesia e ilustração. Qual destas lhe dá mais prazer? E é o seu primeiro blog?

Todas elas me dão prazer, mas a ilustração e o desenho são acalentados desde que me lembro. O gosto pela escrita veio do gosto da leitura e, como anteriormente referi pelas estórias contadas pela avó. Todas elas se complementam. São uma necessidade para mim, auxiliam-me a expressar os meus sentimentos e emoções. Também gosto de escrever para contar estórias inspiradas em lugares, pessoas e experiências. Acrescento que a fotografia também é outra vertente que me cativa bastante, consigo escrever um texto só de observar uma foto, assim como quando sou inspirada por uma paisagem ou um tema para ilustrar e escrever.
A Cor da Escrita é o meu segundo blog. Entrei nesta comunidade em 2007, a convite de uma das fundadoras do SAPO Mulher, para fazer parte dos consultórios disponibilizados para as leitoras com o Consultório de Moda onde dava dicas sobre moda, consultoria de imagem e beleza e informação sobre tendências. Foi muito interessante, pois foi inovador e muito acarinhado por muitas mulheres e também homens, tornando-se uma referência na blogosfera e também na comunicação social.

Como é que descreve o seu estilo de ilustração? E quando é que começou a desenhar?

O estilo da minha ilustração é fruto da soma de anos a estudar, a treinar o olhar e a mão, a experimentar vários materiais e estilos. Gosto que o meu desenho seja claro, fácil de interpretar, despojado, sem grandes adereços, por tal escolho a aguarela e traços finos que continuem visíveis no final.

O meu objetivo é que a minha ilustração conte uma estória, narre por imagens uma impressão que cause, a quem observa, alguma emoção. Para ilustrar o que é escrito, pretendo que o desenho seja um género de sinopse, pode ser para capa de um livro, um poema, conto ou então seja simplesmente para marcar um acontecimento.

Quando comecei a desenhar? Já devo ter nascido a desenhar 😊

Recordo que passava horas a ver as ilustrações que pudesse apanhar, fossem em livros ou jornais. Isto antes de aprender a ler. Depois passava outras tantas horas a desenhar e a pintar. O meu pai foi o meu maior mentor, foi a ele que fui buscar este dom (desculpem, para mim é mesmo um dom do qual estou grata). Era eu muito pequenina, quando ele me ofereceu um estojo de lápis de cor, de lápis de cera e canetas de feltro, enorme! Gostava tanto dele, admirava aquelas cores todas que me davam gosto a usar e ao mesmo tempo pena de as gastar. Até usar tudo, toda a família era presenteada com desenhos quase todos os dias! Tinha cadernos e mais cadernos com desenhos de todos os géneros. Depois ganhei de presente uma coleção de aguarelas, senti-me mais crescida e aí gastei as tintas com parcimónia. Num Natal tive de presente um livro sobre desenho anatómico, com ele aprendi como desenhar o corpo humano na perfeição, sabia todos os ossos e músculos! A verdade é que se revelou uma grande ajuda nos tempos do curso. Ainda hoje gosto muito de retrato e de desenhar pessoas.

Na hora de desenhar, o que a inspira mais?

Para me inspirar não preciso de muito, basta estar sintonizada no que é necessário ou pedido. No entanto, refiro que adoro inspirar-me na natureza, onde há uma infinidade de temas sugestivos que me podem levar a criar trabalhos de fantasia, ficção ou hiper-realismo.
Também adoro inspirar-me nas crianças, desenhar para elas, são o melhor público que podemos ter, apreciam de verdade, criticam de verdade e amam de verdade o que para elas criamos.

Ao nível da ilustração, que ferramentas gosta mais de usar (por exemplo, gosta de usar o papel ou prefere técnicas digitais)?

Gosto de usar ambas. O papel é sem dúvida o eleito porque permite grandes dimensões e o contacto com a textura dos materiais. Quem gosta de pintar e de desenhar entende o que vou dizer: não há nada como entrar num atelier e sentir aquela sensação de ver e cheirar cada espaço coberto de telas, cadernos, esboços e tintas, pincéis, lápis, grafite e pastel para despertar em nós o desejo de desenhar. Porém, o digital permite um trabalho mais rápido, na concretização da ilustração em si, e na excelente qualidade para impressão, sendo mais económico a nível de materiais consumíveis.

Que importância tem a criatividade no seu dia-a-dia?

A criatividade para mim é essencial, acho que não sou eu mesma sem ela, todos os dias a uso - seja para escrever ou para desenhar. Tem de haver criatividade em tudo o que eu faço, mesmo para cozinhar, senão é um aborrecimento total. 😊
A minha formação, em design de moda, levou-me a desenvolver a criatividade até limites que nunca imaginei. Depois, na profissão foi essencial para a aceitação e o sucesso do meu trabalho. Isto porque a criatividade também vem muito do conhecimento, da observação, da busca de informação, da aprendizagem constante e de estar atento ao que nos rodeia.

Que técnicas ou artes gostaria ainda de aprofundar?

Gostaria muito de aprender a fazer animação. Gosto bastante desta arte, pois condensa nela dois mundos que aprecio muito – a escrita e o desenho. Quem sabe? Ainda tenho muito tempo e aprender não ocupa lugar.

Obrigado, Olga!

Obrigada ao Caderno da Criatividade, em especial ao Pedro, pela oportunidade!

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